25 outubro 2009

"Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre."
Charles Chaplin

Minha amiga Rosa Dias ama escrever. Também gosto, mas não compartilho do mesmo talento. Queria saber brincar com as palavras e colocá-las nos lugares certos. Dizer exatamente o que o coração sente. Permitir a viagem numa leitura.

Neste momento, estamos tanto eu como ela passando por um período de mudanças. Diz a sabedoria popular, que só deve contar quando esta coisa está efetivamente concretizada porque dá azar! Não acredito nessas coisas, mas por via das dúvidas vou ficar quietinha! Depois eu conto!

Enfim, a crônica que ela escreveu no seu blog resume o que estamos sentindo. Uma fase de mudanças.

MUDANÇAS
Bem que às vezes a gente tenta. Não mudar. Manter-se na zona de conforto, caminhando sempre pelo que nos é conhecido. Caminhando em círculos. Controlar o mundo a nossa volta, viver histórias em que já conhecemos o começo, o meio e o fim. Confortável. Tranqüilo.
Mas, independente de nós e apesar de nós, as mudanças nos atravessam. Acima de nossa vontade, os anos passam, o corpo muda, a TV escangalha, os filhos crescem, o casamento acaba, seu bilhete é sorteado, a casa pega fogo, uma nova paixão te incendeia, o exame dá positivo, a vaga é sua... A cada esquina, uma surpresa. Algumas surpresas não causam grandes abalos, outras têm a força de um terremoto, mostrando que a vida não é estática, lembrando que, a qualquer momento, tudo pode mudar.
Ao contrário do que pode parecer, não somos passivos às mudanças. Sempre, de alguma forma, as buscamos ou desejamos ou precisamos delas. Precisamos mesmo das mais doloridas. E às vezes resistimos, agindo como se nada estivesse acontecendo, cabeça enfiada na terra por medo ou desânimo. Mas nem por isso as mudanças desaparecem.
Algumas mudanças são batalhadas, não vêem fácil, só depois de muita luta e persistência. Neste momento, elas mudam de nome: deixam ser mudanças para chamarem-se conquistas.
Têm mudanças que trazem consigo o alívio, a carta de alforria e dão a sensação de renascimento, de início de vida nova. Como quando vem a aposentadoria depois de uma longa vida de serviços prestados e, junto com ela, a expectativa de realizar outros projetos, até então adormecidos. Também é exemplo deste tipo de mudança a viuvez ou divórcio de marido ou esposa tiranos. Em poucos dias, o ex-cônjuge liberto ganha alma nova e sorri aliviado, livre das pedras pesadas que arrastou por tanto tempo.
Existem mudanças que são só questão de tempo. Tememos, mas desejamos. Caminhamos vacilantes para ela, mas não paramos nem voltamos atrás. São preciosas para nosso desenvolvimento, um degrau a mais na nossa escalada. Um emprego novo, um novo amor, qualquer mudança que a gente tem medo, mas sabe que precisa. Vai com medo, mas vai. Como quando _ nunca viveram isso? _ a gente casa, morre de saudade da casa dos pais, chora até, porém não pensa nem por um segundo em largar o marido e voltar para debaixo das asas do papai e da mamãe. Eu vivi...
Escrevo tudo isso porque cá estou em fase de mudança profissional. Morrendo de medo, mas querendo seguir em frente. O resultado desta história só posso contar depois e é isso que me assusta, eu, a presidente dos Controladores Compulsivos...
No entanto, se isso pode ser útil para mim ou para quem estiver lendo, a mudança não é uma via de mão única em direção a uma rua sem saída. Permite retornos e caminhos variados para o mesmo destino. Que conduz a outros destinos.
O resultado de uma mudança sempre se pode consertar. Ou comemorar!

Um comentário:

  1. Ai, que honra!!! Amiga sempre vê a gente com bons olhos! Qua ndo diz que sei brincar com as palavras está sendo bondosa, ainda me atrapalho, mas é verdade que amo escrever e quero aprender a transitar com segurança por este mundo mágico!

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