27 outubro 2009

Poesia

Aninha e suas pedras

Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces.
Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

Cora Coralina
(Outubro, 1981)

25 outubro 2009




Escola do futuro
Quem vai ensinar - e o quê - aos alunos do século XXI?

25 de março de 2009
LINKS RELACIONADOS
• O novo aluno
Domínio tecnológico desafia a pedagogia
• O papel do professor
Guiar o aprendizado
• O desafio da escola
Manter-se indispensável
Por Caio Barretto Briso, Kleyson Barbosa, Luís Guilherme Barrucho e Sofia Krause

Uma sala de aula com carteiras enfileiradas diante de um quadro negro. Os alunos, calados, prestam atenção no professor. Memorize esta cena: ela está com os dias contados. A entrada das novas tecnologias digitais na sala de aula criou um paradigma na educação: como tais ferramentas, que os alunos, não raro, já dominam, podem ser aproveitadas por professores que, frequentemente, mal as conhecem? As escolas têm, pela frente, um desafio e uma oportunidade. O desafio: formular um projeto pedagógico que contemple as inovações tecnológicas e promova a interatividade dos alunos. A oportunidade: deixar para trás um modelo de ensino que se tornou obsoleto no século XXI.
O novo aluno é o responsável por esta mudança. Por ter nascido em um mundo transformado pelas novas tecnologias, ele exige um professor e uma escola que dialoguem com ele, e não apenas depositem informações em sua cabeça. E mais: ele quer ser surpreendido. Tarefa difícil, pois o jovem estudante de hoje encontrou, na internet, uma fonte de informações nunca antes existente. Livros, almanaques e enciclopédias eram as principais ferramentas de pesquisa até o início da década de 90, quando os computadores começaram a chegar às residências do país. Agora, com um clique, ele pode acessar todas as enciclopédias do mundo. O que muda com isso é, em primeiro lugar, o papel do professor.
"É um momento difícil para o educador, pois o modelo de ensino que ele aprendeu era baseado no poder que ele representava na sala de aula, típico de uma sociedade mais passiva que a de hoje", diz Andrea Ramal, doutora em Educação pela PUC-Rio e diretora executiva da Instructional Design Projetos Educacionais. Mas o novo aluno, segunda Andrea, é diferente: "Ele quer participar, quer fazer suas próprias escolhas. Os professores têm que se reinventar". Para ela, o professor não pode mais ser uma figura autoritária: ele precisa ser capaz de aprender com os educandos e de admitir que não tem todas as respostas.
"Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre."
Charles Chaplin

Minha amiga Rosa Dias ama escrever. Também gosto, mas não compartilho do mesmo talento. Queria saber brincar com as palavras e colocá-las nos lugares certos. Dizer exatamente o que o coração sente. Permitir a viagem numa leitura.

Neste momento, estamos tanto eu como ela passando por um período de mudanças. Diz a sabedoria popular, que só deve contar quando esta coisa está efetivamente concretizada porque dá azar! Não acredito nessas coisas, mas por via das dúvidas vou ficar quietinha! Depois eu conto!

Enfim, a crônica que ela escreveu no seu blog resume o que estamos sentindo. Uma fase de mudanças.

MUDANÇAS
Bem que às vezes a gente tenta. Não mudar. Manter-se na zona de conforto, caminhando sempre pelo que nos é conhecido. Caminhando em círculos. Controlar o mundo a nossa volta, viver histórias em que já conhecemos o começo, o meio e o fim. Confortável. Tranqüilo.
Mas, independente de nós e apesar de nós, as mudanças nos atravessam. Acima de nossa vontade, os anos passam, o corpo muda, a TV escangalha, os filhos crescem, o casamento acaba, seu bilhete é sorteado, a casa pega fogo, uma nova paixão te incendeia, o exame dá positivo, a vaga é sua... A cada esquina, uma surpresa. Algumas surpresas não causam grandes abalos, outras têm a força de um terremoto, mostrando que a vida não é estática, lembrando que, a qualquer momento, tudo pode mudar.
Ao contrário do que pode parecer, não somos passivos às mudanças. Sempre, de alguma forma, as buscamos ou desejamos ou precisamos delas. Precisamos mesmo das mais doloridas. E às vezes resistimos, agindo como se nada estivesse acontecendo, cabeça enfiada na terra por medo ou desânimo. Mas nem por isso as mudanças desaparecem.
Algumas mudanças são batalhadas, não vêem fácil, só depois de muita luta e persistência. Neste momento, elas mudam de nome: deixam ser mudanças para chamarem-se conquistas.
Têm mudanças que trazem consigo o alívio, a carta de alforria e dão a sensação de renascimento, de início de vida nova. Como quando vem a aposentadoria depois de uma longa vida de serviços prestados e, junto com ela, a expectativa de realizar outros projetos, até então adormecidos. Também é exemplo deste tipo de mudança a viuvez ou divórcio de marido ou esposa tiranos. Em poucos dias, o ex-cônjuge liberto ganha alma nova e sorri aliviado, livre das pedras pesadas que arrastou por tanto tempo.
Existem mudanças que são só questão de tempo. Tememos, mas desejamos. Caminhamos vacilantes para ela, mas não paramos nem voltamos atrás. São preciosas para nosso desenvolvimento, um degrau a mais na nossa escalada. Um emprego novo, um novo amor, qualquer mudança que a gente tem medo, mas sabe que precisa. Vai com medo, mas vai. Como quando _ nunca viveram isso? _ a gente casa, morre de saudade da casa dos pais, chora até, porém não pensa nem por um segundo em largar o marido e voltar para debaixo das asas do papai e da mamãe. Eu vivi...
Escrevo tudo isso porque cá estou em fase de mudança profissional. Morrendo de medo, mas querendo seguir em frente. O resultado desta história só posso contar depois e é isso que me assusta, eu, a presidente dos Controladores Compulsivos...
No entanto, se isso pode ser útil para mim ou para quem estiver lendo, a mudança não é uma via de mão única em direção a uma rua sem saída. Permite retornos e caminhos variados para o mesmo destino. Que conduz a outros destinos.
O resultado de uma mudança sempre se pode consertar. Ou comemorar!

22 outubro 2009

Pinturas retratando brincadeiras infantis.

19 outubro 2009

Três poesias sobre bailarinas








A BAILARINA
Cecília Meireles

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os ohos e sorri.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.




Ciranda da Bailarina
>> Chico Buarque

Procurando bem

Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem
Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não temNem unha encardida
Nem dente com comidaNem casca de ferida
Ela não tem
Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem...



A bailarina
Toquinho
Um, dois, três e quatro,
Dobro a perna e dou um salto,
Viro e me viro ao revése se eu caio conto até dez.
Depois, essa lenga-lenga

Toda recomeça.
Puxa vida, ora essa!
Vivo na ponta dos pés.
Quando sou criança

Viro orgulho da família:
Giro em meia ponta
Sobre minha sapatilha.
Quando sou brinquedo

Me dão corda sem parar.
Se a corda não acaba
Eu não paro de dançar.
Sem querer esnobar

Sei bem fazer um grand écart.
E pra um bom salto acontecer
Me abaixo num demi plié.
Sinto de repenteUma sensação de orgulho

Se ao contrário de um mergulho
Pulo no ar num gran jeté.
Quando estou num palco

Entre luzes a brilhar,
Eu me sinto um pássaro
A voar, voar, voar.
Toda bailarina pela vida vai levar

Sua doce sina de dançar, dançar, dançar...

17 outubro 2009

Palavra Cantada, difícil não se apaixonar por suas músicas.
Os músicos Sandra Peres e Paulo Tatit, fazem música infantil de qualidade.
"A gente sempre foi a favor de tratar a criança com respeito, inteligência e fazer uma música que a gente gostava com humor, com poesia."
Sandra Peres


Realmente, deveria ser: "Palavra Encantada"!
http://www.palavracantada.com.br/final/index.aspx
"São trilhares de estrelas e eu nem sabia
Que estão lá no céu até mesmo de dia
Como pode o céu ter tanta estrela?
Como pode? Parece um mar de areia..."



Ciranda
Palavra Cantada
Deixa de manha de noite e de dia
Toda criança diz que tudo é seu
Hei, menino! Hei, menina!
Larga disso, lagartixa
Que nessa ciranda o mundo inteiro é meu, é seu, é meu, é seu...
Como uma vez tinha um tatu bolinha

Mais outra vez nasceu um monte de grãos
Mais o amigo, mais a prima, o colega, a vizinha
E nessa ciranda o tatu bolinha virou bolão, balão, bolão, balão...
E nessa ciranda o mundo inteiro é meu, é seu, é meu, é seu...E nessa ciranda o tatu bolinha virou bolão, balão, bolão, balão...


"...Brincadeira, choradeira, Pra quem vive uma vida inteira,
mentirinha,falsidade, Pra quem vive só pela metade..."

08 outubro 2009

Recebi este e-mail de uma colega e não pude deixar de postar aqui!! Confesso que não conhecia a origem de algumas expressões.

APRENDA CORRETO.


E a gente pensa que repete corretamente os 'ditos populares'.... Dicas do Prof. Pasquale.

No popular se diz: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro' "Minha grande dúvida na infância... Mas que bicho é esse que é carpinteiro, um bicho pode ser carpinteiro???"O correto é: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro'

'Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.
O correto é: ' Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.'
'Cor de burro quando foge.'
O correto é: 'Corro de burro quando foge!'

Outro que no popular todo mundo erra: 'Quem tem boca vai a Roma.'"Bom, esse eu entendia, de um modo errado, mas entendia! Pensava que quem sabia se comunicar ia a qualquer lugar!"
O correto é: 'Quem tem boca vaia Roma.' (isso mesmo, do verbo vaiar).Isso quando se jogava os cristãos aos leões
'Cuspido e escarrado' - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa. O correto é: 'Esculpido em Carrara.' (Carrara é um tipo de mármore) -
'Quem não tem cão, caça com gato.O correto é: 'Quem não tem cão, caça como gato.... ou seja, sozinho!'
Alguém já comeu pé de moleque, essa vem de São João Del Rei.As escravas faziam o doce de amendoim e colocava em bandejas na janela pra secar, passavam os moleques e roubavam o doce ainda quente, as escravas gritavam, "não precisa roubar, "Pede Moleque".


ooo000ooo

Só a Língua Portuguesa permite textos como este:

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português Autoria desconhecida Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se. Por profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. - Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo. - Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias? - Papai, proferiu Pedro Paulo, pinto porque permitiste, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal. Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando... permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar... Para parar preciso pensar. Pensei. Portanto, pronto pararei. Ora, pois, pois...
ooo000ooo
Especial É o aluno
– e o aprendizado da leitura?

Cesário Alvim Pereira FilhoFormado pela UFES, Mestre em Língua Espanholas e Literaturas Hispânicas pela UFRJ,Professor da Cesat e do Curso de Línguas para a Comunidade da UFES
Há bolo podre no reino da Dinamarca, ou melhor, no Brasil. Supõe-se que o aluno vá pegar o livro que goste e irá ler. Mas isto de fato é verdade? Lamentavelmente, vivemos 'os brasis' das suposições. Supõe-se que o aluno aprendeu, supõe-se que ele leu, e supõe-se que...Enfim, suposições sem fim.Ainda hoje, no Ensino Fundamental e Médio, como é que se trabalha a leitura? Sempre que ouço alguém comentar que pediu aos alunos um resumo de uma leitura, imediatamente pergunto: Você tem por hábito ensinar de fato o que é um resumo, as etapas as quais devem ser obedecidas e respeitadas para se fazer um resumo? Sempre ouço: não. Isto é muito sério, não se pode pedir aquilo que não foi ensinado. "Não brincamos de aprender, mas podemos até aprender brincando". Fazer resumo não é tarefa fácil. Mas tem gente que acha que resumir é resumir. E no ensino, todos sabemos que não há e nunca funciona o tanto faz.Culpo as escolas? não. Culpo os professores? também não. Apenas culpo a incoerência.Certa vez, conversei com alguém que me perguntou: Você acha que o ensino de língua materna é especial? Eu disse que não é, especial é o aluno, porque ele como elemento social tem um compromisso de devolver ao meio aquilo que realmente aprende(u) na escola. Mas se não aprende, irá devolver o quê à comunidade?Chateia-me ainda ouvir algumas pessoas falarem algo do tipo: dá um texto para estimular os alunos. Por acaso texto é comprimido? Texto é estimulante tão somente?Texto é algo sério. Aluno tem que gostar, sim, do texto que lê. É bom gostar do que se faz. No entanto, só gostamos daquilo que conhecemos. E o aluno sabe o que é ler? Quando alguém me diz que não gosta de música erudita, me pergunto será que ele já ouviu toda a obra de Bach? Ouvir apenas a introdução das Quatro estações de Vivaldi, não diz em nada que alguém seja um amante de música clássica.Ler, enquanto ou como exercício de aprendizagem, também é feito na sala de aula. Acredito que não se passa o envolvimento com a leitura somente pelo simples fato de gostar ou não. Nós, alunos, temos que ler. Necessitamos ler.Ler não é obrigação, ler é um exercício da cidadania. Ler é compromisso pessoal. Não se lê somente o que se gosta, não se trabalha somente onde se gosta, não se estuda exclusivamente na escola que se gostaria... Nem sempre moramos na cidade que gostamos, mas temos que procurar fazer o melhor com aquilo que está ao nosso alcance.Já imaginou se o professor de Faculdade não trabalhar com Drummond porque o aluno simplesmente não gosta? Ou então o aluno não querer ler Chomsky ou Sausurre porque não "acha legal" ou sentencie: não gosto. A pergunta é: acaso o aluno conhece bem e a fundo a idéia dos autores? É inconcebível que isto exista ou venha a existir em nosso ensino porque há leituras que são necessárias: ler é preciso, assim como disse o poeta que navegar é preciso.Também não se vai enfiar goela abaixo do aluno Machado de Assis, porque ele tem que ler Machado, por ler. Entretanto, acredito que há algumas leituras que têm que ser ou que são obrigatórias na formação curricular do estudante. Respeitar o gosto do aluno obedece a um limite desde que esse gosto não atrapalhe, ameace ou impeça repassar a cultura — não uma cultura em que não se reflita sobre o que se lê, mas uma cultura de sala de aula em que se lê para conhecer e discutir o universo social e cultural que nos cerca. Portanto, há autores fundamentais para se compreender nossa bela e vasta cultura, nossa tão querida história, uma vez que se compreende a finalidade da escola, em que se situa a leitura, como sendo também a manutenção e a perpetuação da cultura.Diante das manchetes de jornal, do quadro de que "mais da metade dos estudantes brasileiros não compreende o que lê", permanece a pergunta: a culpa é do aluno? Ah! se alguém disser isto, então voltamos ao paraíso?! O aluno é o Adão e a aluna é a Eva? E quem é a cobra?A busca de soluções é a saída mais sensata para todos nós, mas há aqueles que ainda preferem unicamente uma saidera. Pessoalmente, gosto muito da afirmação de Frank Smith: "Não há nada de especial na leitura, a não ser tudo que nos possibilita fazer. O poder que a leitura proporciona é enorme, não somente por dar acesso a pessoas distantes e possivelmente mortas há muito, mas também por permitir o ingresso em mundos que, de outro modo, não seriam experimentados, que, de outro modo, não existiriam. A leitura permite-nos manipular o próprio tempo, envolvemo-nos em idéias ou acontecimentos em uma proporção e em uma seqüência de nossa própria escolha. Não possuímos este poder quando escutamos alguém falar, ou quando vemos um filme."
Dobras da Leitura
Ano V - N.º 23 - jan.fev.mar. 2005

04 outubro 2009


Sempre Ziraldo!!
Na aula do dia 1º de outubro no curso que faço, FNLIJ/SME 2009 Leitura, Literatura e formação de leitores, aprendemos mais sobre Ziraldo. Me chamou atenção o texto trabalhado, um fragmento da palestra "Uma visão do que é educar" proferida em Uberaba em 17/ 03/ 1997. Sempre amei Ziraldo, agora mais ainda, pois seu pensamento se parece muito com o meu e não poderia deixar de compartilhar aqui.
Com uma simplicidade incrível ele define, a meu ver, a tão falada e pouco entendida MEDIAÇÃO proposta por Vygotsky e mostra o que a escola não deve fazer.
Te amo Ziraldo!!!

oo000ooo
Em termos bastante práticos, o que tenho proposto, por todo Brasil onde vou, é esta a minha teoria: no ensino básico, acabou de alfabetizar o menino, já entra com o livrinho e faz logo a festa do primeiro livro (que é como a festa da primeira comunhão), para ela sacralizar o livro. A mãe chora, a família toda emocionada, filmam, o menino recebe, nesse momento o primeiro livro. No primeiro ano, começa como se apaixonar pelo mais belo objeto que o ser humano já inventou. Leva o menino pra ver o livro, conversa com ele sobre o livro; não manda interpretar, não pergunta quem é o protagonista, não faz categoria,. Menino não precisa saber o que é pro-ta-go-nis-ta - uma palavra toda desdobrada, cheia de significados, ele não tem que usar a palavra protagonista, tem é que ser feliz.

Convencionou-se que aos 7 anos a criança deve ser alfabetizada. A escola recebe a criança em fase de alfabetização, e começa a ajudá-la a odiar o livro, odiar ler, porque começa a transpormar o livro em dever, ler em dever, quando ler deve ser prazer. Minha escola ideal é a seguinte, no primeiro dia de aula é a festa do livro, e todo dia um livro. O menino não vai ter espaço fora do livro, pra poder gostar. Gostar do cheiro deste objeto. Você não pode dar tempo pra ele não gostar. Criança tem tempo pra tudo. O dia do menino rende que é uma desgraça. Ele vai ter tempo pra tudo mais, e lê lá na escola; se gostar leva pra casa pra acabar de ler. Nos quatro anos entre os 7 e 9-10 anos, a criança deve aprender apenas a gostar de ler e as quatro operações, a noção de fração. Só. Só isso. A escola completamente o problema da formação e prepara pra educação formal (não é preparar para a matéria). Agora no gostar de ler ela vai aprender a respeitar o amigo, respeitar o colega, respeitar pai e mãe, chegar na hora. Quer dizer, vai ser preparada para viver fora de casa; isso não é matéria curricular. O próprio livro que o menino vai ler e o filme que vai ver, pra conversar sobre, estarão despertando a sua curiosidade pro mundo. A informação, o menino está louco para organizá-la na cabeça, mas não precisa afobar, a razão vai ajudá-lo a organizar. Vai sendo estimulado a ler - e aprendendo todas as coisas - e a ser informado; daí a pouco ele vai ter que ter método na escola, horário, guardar os cadernos, mas tudo isso como coisa suplementar.

As crianças vão aprender a ler, lidar com o livro de história, contar e ouvir histórias. A professora lê até certo ponto, dá o livro pra uma ler o final, para todos ouvirem. Leva o contador de histórias na sala. Na Inglaterra tem um programa de televisão em que a mulher senta num banco e diz: " vou contar pra vocês uma história". E fica 40 minutos contando uma história, sem um movimento de câmera, sem som, sem música; esse é o programa de maior audiência na Inglaterra hoje. Contador de história dá de 10 a 0 na televisão, dá de 1000 a 0. Você tem que fazer uma coisa lúdica na escola. Toda criança quer aprender a ler. Por que ela não gosta de ler, se toda criança quer aprender a ler? Fica louca para aprender a ler. Quando ela descobre a mágica o segredo da leitura, como é que é o mecanismo, você olha pra cara dela e está assim: "Meu Deus, então é isso?". E é uma felicidade! No dia seguinte, a escola começa a transformar esse prazer num terror. O erro esté na viradada pré-escola e alfabetização pra escola formal. A escola consegue infernar a vida do menino no primário, porque vira dever. Não tem que ficar forçando cabeça de criança não. É isso que eu quero dizer: o mmenino volta feliz da escola, porque todo menino quer ir pra escola; então não é a criança que é a culpada. Quem é que é culpada? É a escola. Sendo assim, tem que mudar a escola.

Tem uma anedota ótima, que diz que um sujeito morreu, na Idade Média, num hospital cheio de cadaver amontoado, pesta negra. Pá! Morreu. Morreu e acordou 400 anos depois na UTI; tudo branco, bem equipado, um outro morreu numa fábrica de carroça. Estava lá o carroção, as rodas...E, 400 anos depois, acordou e viu um Mercedes Benz. Morreu um terceiro. Na sala de aula. E, pá! Acordou e falou assim: "Oh! Olha eu aqui".

02 outubro 2009


Nós vencemos!!
Agora é arregaçar as mangas e fazer uma OLIMPÍADA maravilhosa, a maior de todos os tempos!!
Rio de Janeiro, você merece e apesar de todos os problemas, continua liiiiindo!!



Delírio dos Mortais


Djavan
Rio,

Podem dizer o que quiser
Mas o xodó do povo
É o Rio
Casa do samba e do amor
Do Redentor
Louvado seja o Rio,
Rio
Pra delírio dos mortais
Pedras monumentais
Combinaram aqui
Um encontro colossal
E contorno de beleza igual
Nunca vi
Com esse poder
Outra cidade não há
Não consigo pensar em duas
É muito fácil sentir
A mão de Deus em tudo
Em Copacabana
O Rio bate um bolão
Garotas que passam têm lugar na canção
Tudo está ali
Pra quem sabe o que é bom
Ninguém mais esquece o réveillon
Fevereiro e marçoÉ tempo de carnaval
O Rio que traço
É o lugar natural
Pras coisas do amor
Do jeito que se quer
Tamanho o esplendor da mulher

01 outubro 2009

Vídeo institucional do Comitê Rio 2016

Sem dúvida, o melhor vídeo, a melhor cidade!!

O Rio de Janeiro continua lindo!!